Federação formada por União Brasil e Progressistas deixa cargos federais e impulsiona pré-candidatura do governador de Goiás à Presidência em 2026
A federação União Progressista, que reúne os partidos União Brasil e Progressistas (PP), anunciou nesta terça-feira (2) o rompimento oficial com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão, comunicada em coletiva pelos presidentes das siglas, Antônio de Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), marca um reposicionamento estratégico da federação e fortalece a pré-candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), para 2026.
A saída dos partidos da base aliada do governo federal foi comemorada por Caiado como uma vitória política e como o início de uma nova etapa rumo às eleições presidenciais. “Isso é exatamente o que eu tenho lutado durante todos esses meses. Política não tem como ter pé em duas canoas. Agora o partido tem identidade clara, tem um norte”, declarou o governador em vídeo divulgado nas redes sociais. “Está federado com o PP com um único objetivo: derrotar o PT em 2026 e governar o país com tranquilidade.”
Rompimento com o Planalto
O rompimento foi motivado por pressões internas capitaneadas por Caiado, que vinha defendendo a saída da federação da base do governo Lula. Segundo ele, a ocupação de cargos federais criava uma contradição entre a prática institucional e o discurso de oposição. A partir da decisão, todos os filiados do União Brasil e do PP que ocupam cargos no Executivo federal devem deixar suas funções imediatamente.
Em nota oficial, a federação advertiu que haverá punições em caso de descumprimento. “Informamos a todos os detentores de mandato que devem renunciar a qualquer função que ocupem no governo federal. Em caso de descumprimento desta determinação, haverá afastamento imediato e, se persistir, punições previstas no Estatuto. Esta decisão representa um gesto de clareza e coerência”, diz o comunicado.
Caminho para 2026
Mesmo antes do rompimento, Caiado já mantinha uma postura de oposição ao governo petista. Em abril deste ano, ele lançou oficialmente sua pré-candidatura à Presidência da República e tem percorrido diversos estados, apresentando os resultados de sua gestão em Goiás como modelo de boa administração.
A saída da União Progressista da base do governo é vista como um movimento crucial para a consolidação da candidatura do governador goiano. Com a base partidária unificada em torno de sua liderança, Caiado agora tenta se firmar como a principal alternativa ao PT nas eleições presidenciais.
Internamente, o gesto também é visto como uma vitória de Caiado sobre alas mais pragmáticas do União Brasil, que até então defendiam a manutenção de espaços no governo federal.
Cenário eleitoral em reconfiguração
A ruptura abre espaço para uma reorganização do centro-direita no tabuleiro político nacional. Caiado, que já vinha se destacando como figura influente fora do eixo tradicional Rio-São Paulo, ganha tração como nome viável e competitivo na disputa de 2026.
Analistas avaliam que a saída da federação da base lulista pode provocar novas movimentações partidárias e acelerar o reposicionamento de outras siglas do centrão. Resta saber se a aposta na identidade e na coerência, defendida por Caiado, será suficiente para atrair o eleitorado e ampliar alianças nos próximos meses.



