Produção da UEG mostra biodiversidade e cultura do Rio Araguaia e participa de cinco festivais, incluindo mostras internacionais
O documentário “Expedição Araguaia”, dirigido pela professora Thais Oliveira, do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em parceria com Mariana Telles, coordenadora do Programa Araguaia Vivo 2030, ganhou destaque internacional ao ser selecionado para cinco festivais de cinema, incluindo mostras fora do país. A produção também é finalista do Troféu Seriema 2025, promovido pelo Crea-GO, na categoria Imprensa.
Festival e premiações
O documentário integra o Science Film Festival 2025, evento internacional de comunicação científica em cerca de 20 países, com o tema “Empregos verdes”, e participou do Festival Latino-americano de la Cultura Científica, em Puebla, México.
No Brasil, o filme foi selecionado para o 4º Festival Internacional de Cinema Independente (Festicini), em Mogi das Cruzes (SP), concorrendo na categoria “Melhor Filme Ambiental”, e para o V Planeta.doc – Festival Internacional de Cinema Socioambiental, em Florianópolis. Internacionalmente, também estará no V International Riom Scientific Short Film Festival, na França, competindo a prêmios do Júri, do Público e Jovem Público.
Conteúdo e relevância científica
Lançado durante a 26ª edição do Fica, em junho de 2025, o documentário tem 19 minutos de duração e foi filmado durante a maior expedição científica já realizada no rio Araguaia, em fevereiro de 2025. A expedição percorreu mais de 3,5 mil quilômetros, visitando cerca de 150 lagos ao longo de 25 dias, envolvendo 30 pesquisadores de diversas áreas, que coletaram dados sobre biodiversidade, impactos socioambientais e interações com comunidades locais.
A produção combina pesquisa científica com linguagem audiovisual, tornando o conhecimento acessível ao público geral e às comunidades ribeirinhas. Segundo Thais Oliveira, a iniciativa amplia a visibilidade das pesquisas realizadas no Centro-Oeste e valoriza o Cerrado:
“É fundamental que o Cerrado seja conhecido e valorizado em todo o Brasil e no exterior. O documentário mostra a importância ambiental e a beleza cênica dessa região, além do trabalho desenvolvido por pesquisadores junto às comunidades locais.”
Participação da UEG e do Programa Araguaia Vivo 2030
O roteiro foi elaborado por Thais Oliveira junto com as docentes da UEG Andreia Juliana Rodrigues Caldeira, Josana de Castro Peixoto e Juliana Simião, com entrevistas de professores como Fabrício Barreto Teresa e João Carlos Nabout, responsáveis pelas atividades de Turismo e Pesca e Biodiversidade Aquática do programa.
O Programa Araguaia Vivo 2030, lançado em 2023, reúne mais de 200 pesquisadores de 23 instituições, com ações voltadas à restauração de ecossistemas aquáticos, recuperação de matas ciliares e engajamento de comunidades em educação socioambiental e geração de renda. O programa tem financiamento da Fapeg e segue até julho de 2026.
Impacto e visibilidade
Em menos de dois meses, o documentário já superou 24 mil visualizações no YouTube, fortalecendo a comunicação científica e ambiental de forma acessível e envolvente. Para Mariana Telles, codiretora do filme, a linguagem audiovisual é essencial para atingir pesquisadores, comunidades locais e público em geral, garantindo que os resultados das pesquisas cheguem efetivamente à sociedade.
Roteiro da expedição
A expedição percorreu municípios de Goiás, Mato Grosso, Tocantins e Pará, passando por áreas estratégicas como a Ilha do Bananal, rios Cristalino e das Mortes, e cidades como São Félix do Araguaia, Luciara, Santa Terezinha, Caseara, Barreira do Campo, Cocalinho e Aruanã. Durante o percurso, foram realizadas amostragens de água, plantas, peixes e microrganismos, além de análises preliminares de campo para mapear padrões ecológicos e orientar políticas de conservação.
