O Governo de Goiás lançou, nesta sexta-feira (05/12), o primeiro edital do programa GovTech no modelo de Contratação Pública para Solução Inovadora (CPSI) voltado à área da saúde. O objetivo é contratar startups capazes de desenvolver soluções que reduzam a subnotificação de potenciais doadores de córneas no estado.
A iniciativa é realizada em parceria entre as secretarias de Estado da Saúde (SES), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Administração (Sead), além do Hub Goiás. Este é o primeiro dos seis editais previstos para a segunda edição do GovTech — programa de inovação aberta que busca aproximar governo e ecossistema tecnológico para aprimorar a prestação de serviços públicos.
O edital foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e já está disponível para consulta.
Fila de espera por transplante de córnea
Segundo a gerente de Transplantes da SES, Katiuscia Freitas, Goiás tem atualmente mais de 1,8 mil pessoas aguardando um transplante de córnea. Em muitos casos, o tempo de espera chega a quase dois anos.
De acordo com ela, o principal problema é a subnotificação de óbitos por parada cardiorrespiratória. “Quando o óbito é notificado, muitas vezes a córnea já não pode mais ser captada, pois temos apenas seis horas para realizar todo o trabalho”, explica.
A busca por soluções inovadoras, portanto, tem impacto direto na vida de milhares de goianos. “O transplante de córnea proporciona uma melhor qualidade de vida, devolvendo a visão e permitindo que as pessoas retomem atividades do dia a dia. Nossa expectativa é encontrar uma solução que aumente o número de doações, ampliando os transplantes e, quem sabe, zerando a lista de espera em Goiás”, completa Katiuscia.
CPSI: inovação a serviço do setor público
A grande novidade desta edição do GovTech é a adoção do modelo de Contratação Pública para Solução Inovadora (CPSI). Prevista na legislação brasileira, a modalidade permite que órgãos públicos contratem soluções tecnológicas ainda em desenvolvimento ou com alto grau de inovação para enfrentar desafios específicos da gestão.
Para o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, José Frederico Lyra Netto, o formato representa um novo olhar do governo para a inovação. “É uma forma de tornar Goiás uma referência nacional na adoção de soluções tecnológicas que melhorem os serviços oferecidos à população. Com o Hub Goiás, vamos atrair startups de todo o país”, afirma.
Entre os principais benefícios da CPSI estão:
- participação legal e estruturada de startups, empresas de tecnologia e pessoas físicas;
- possibilidade de testar protótipos antes da contratação definitiva;
- adaptação das soluções às necessidades reais da área da Saúde;
- redução de vulnerabilidades e alinhamento de expectativas.
Para o secretário de Estado da Administração, Alan Farias Tavares, o modelo transforma o papel do governo no processo de inovação. “A CPSI permite que o governo deixe de ser apenas um comprador e passe a ser cocriador de soluções que realmente atendem às necessidades da sociedade”, destaca.



