Comitê Estadual se reúne em Goiânia para apresentar avanços, discutir desafios e fortalecer estratégias de prevenção nas propriedades rurais
A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) reuniu, nesta sexta-feira (12), representantes de entidades públicas e privadas ligadas ao setor pecuário durante a segunda reunião ordinária do Comitê Estadual de Combate à Brucelose e à Tuberculose, realizada na sede da instituição, em Goiânia. O objetivo do encontro foi apresentar dados atualizados, alinhar estratégias e reforçar o compromisso coletivo no enfrentamento dessas doenças infectocontagiosas que afetam bovinos e bubalinos.
Com presença de representantes do Fundepec, Sistema Faeg/Senar/Ifag, Sindileite, Seapa, entre outras instituições, o evento destacou a importância da vacinação obrigatória, da educação sanitária e do uso de ferramentas tecnológicas no fortalecimento da sanidade animal em Goiás.
Rebanho mais saudável e competitivo
O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, ressaltou o papel estratégico da ação conjunta entre estado, produtores e entidades no combate às zoonoses:
“A brucelose e a tuberculose impactam a saúde animal, a saúde pública e a economia. Por isso, precisamos da união entre todos os setores para garantir maior adesão à vacinação e consolidar um rebanho goiano mais saudável e competitivo.”
O diretor de Defesa Agropecuária da agência, Rafael Vieira, reforçou a importância da continuidade e da integração das ações:
“Já avançamos muito, mas ainda há desafios. O trabalho do Comitê fortalece a fiscalização, a conscientização e a aplicação de medidas mais efetivas, alinhadas aos padrões nacionais e internacionais.”
Adesão à vacinação cresce em 2025
A gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo, apresentou os dados parciais da vacinação contra a brucelose no primeiro semestre de 2025. Até junho, 58,23% das fêmeas em idade vacinal foram imunizadas em Goiás – um índice que sinaliza progresso em relação a anos anteriores e projeta a superação da marca de 71,80% alcançada em 2024.
“Temos um cenário mais favorável em 2025, mas ainda desafiador. A vacinação é eficaz quando combinada a educação sanitária, fiscalização e envolvimento da cadeia produtiva”, alertou Denise.
Tecnologia a favor da sanidade
Outro avanço importante destacado foi a implantação do módulo específico para brucelose no Sidago (Sistema de Defesa Agropecuária de Goiás), que permitiu maior precisão nos dados, emissão digital de comprovantes vacinais, rastreamento de inadimplentes e cadastro eficiente de médicos veterinários.
A partir da nova funcionalidade, propriedades que não imunizaram as fêmeas obrigatórias foram automaticamente bloqueadas para movimentação de animais no sistema, fortalecendo a fiscalização e o controle sanitário no estado.
União pelo protagonismo na pecuária
Os representantes das entidades presentes reforçaram a importância de ampliar a comunicação com os produtores rurais e aumentar a adesão à vacinação, ressaltando que Goiás precisa sair da lista de estados críticos em cobertura vacinal para ocupar o protagonismo que já possui em produtividade e exportação.
O Comitê, criado pela Portaria nº 490/2021, realiza reuniões periódicas com o objetivo de propor soluções práticas, articular parcerias e manter o compromisso permanente com a erradicação das doenças no rebanho goiano.
Doenças que afetam mais que o rebanho
Tanto a brucelose quanto a tuberculose animal são zoonoses – ou seja, podem ser transmitidas aos seres humanos – e afetam diretamente a produtividade, reprodução e saúde dos rebanhos, além de comprometer a comercialização de leite, carne e derivados.
A vacinação de fêmeas bovinas e bubalinas entre 3 e 8 meses de idade contra a brucelose é obrigatória no Brasil e, em Goiás, tem recebido atenção redobrada com bloqueios no Sidago e ações de conscientização junto a produtores, técnicos e prefeituras.
Compromisso com a pecuária e a saúde pública
O Estado de Goiás tem papel estratégico na pecuária nacional, tanto em quantidade quanto em qualidade. O fortalecimento da defesa agropecuária é essencial para garantir saúde animal, segurança alimentar e saúde pública.
Com a ampliação da adesão à vacinação, melhorias no sistema de rastreamento e envolvimento do setor produtivo, Goiás avança com passos firmes para erradicar doenças, proteger vidas e reforçar sua posição como potência agropecuária do Brasil.



