Nova operação poderá iniciar no 4º trimestre de 2026 e compensar ociosidade da fábrica goiana.
A HPE Automotores, representante oficial das marcas Mitsubishi e Suzuki no Brasil, está em negociação avançada com fabricantes chinesas para ampliar a produção de veículos em sua fábrica localizada em Catalão (GO). Segundo o CEO Mauro Correia, em entrevista à Agência AutoData, o primeiro acordo deve ser oficializado até o fim de 2025, com início das operações previsto para o quarto trimestre de 2026.
Embora o nome da nova parceira ainda não tenha sido confirmado, apurações indicam que a GAC (Guangzhou Automobile Group) é a candidata mais próxima de fechar com a HPE. A entrada da marca chinesa no polo goiano representa não apenas um novo capítulo na indústria automotiva local, mas também uma resposta estratégica à ociosidade da planta, que hoje fabrica apenas o SUV Eclipse Cross e a nova geração da picape L200 Triton.
Fim da produção de motores aumentou ociosidade
A fábrica de Catalão perdeu parte significativa de sua capacidade produtiva com o encerramento da fábrica de motores em dezembro de 2024, que produzia o motor 2.4 turbodiesel da L200. O encerramento ocorreu devido às novas exigências do Proconve L8, que tornaram o antigo propulsor inviável sob as regras ambientais brasileiras.
A chegada de uma nova montadora à planta, portanto, é vista como essencial para preservar empregos e reaquecer a cadeia produtiva local.
GAC mira produção local do SUV GS3
A GAC, que estreou no Brasil recentemente com uma linha de modelos eletrificados como os SUVs GS4 Hybrid, Aion Y, Aion V, o sedã Aion ES e o cupê elétrico Hyper HT, planeja agora lançar o SUV GS3, movido a combustão com motor turbo. Este seria o primeiro modelo da marca a ser produzido no Brasil — justamente por não depender de tecnologias híbridas ou elétricas, o que torna a nacionalização mais viável no curto prazo.
Além disso, a marca já sinalizou que pretende adaptar seus motores ao etanol brasileiro, o que poderia garantir mais competitividade frente a rivais já consolidados como Honda HR-V, Volkswagen T-Cross e Hyundai Creta.
Produção por kits CKD e possível nacionalização
Segundo o presidente da divisão internacional da GAC, Wei Haigang, a operação no Brasil será mais robusta que em outros países emergentes como Malásia e Nigéria. A produção deve começar com kits CKD (com peças importadas e montagem local) e evoluir gradualmente para uma nacionalização parcial dos veículos.
O CEO da HPE, Mauro Correia, estima que a adaptação da planta para montagem em CKD leve de sete a oito meses, e que uma estrutura mais verticalizada demande cerca de um ano de obras e investimentos.
Novas parcerias no horizonte
A HPE não descarta a possibilidade de fechar outros contratos com montadoras chinesas, inclusive com uso compartilhado da planta de Catalão. A estratégia permitiria ampliar o portfólio da fábrica e reduzir ainda mais a ociosidade, abrindo espaço para novas marcas e modelos no mercado nacional.



