A Justiça do Rio de Janeiro determinou o leilão de uma mansão, uma lancha e três veículos ligados ao senador Romário (PL-RJ) para o pagamento de uma dívida que se arrasta há mais de 20 anos. Os bens serão ofertados no próximo dia 23, com lances iniciais que somam R$ 10,8 milhões — valor correspondente a cerca da metade da quantia total cobrada judicialmente.
O processo teve início em 2001, quando Romário encerrou as atividades do Café do Gol, boate da Barra da Tijuca da qual era sócio. A empresa prestadora de serviços cobra do ex-jogador indenização por quebra de contrato. A última estimativa apresentada pelos advogados da parte credora à 4ª Vara Cível da Barra da Tijuca apontou um débito de R$ 24,3 milhões.
Bens listados
O principal item do leilão é uma mansão em condomínio de luxo na Barra da Tijuca, avaliada em R$ 9 milhões. O imóvel de 896 m², com piscina e campo de futebol, fica às margens da Lagoa da Tijuca. Caso não haja interessados no primeiro pregão, o valor será reduzido pela metade.
Também vai a leilão a lancha “All Mare”, construída em 2010 e avaliada em R$ 1,1 milhão. A embarcação, de 15,5 metros de comprimento, pertence formalmente à irmã do senador, mas foi atribuída a ele pela Justiça.
Três automóveis completam a lista:
- Porsche Macan Turbo 2015, avaliado em R$ 267,8 mil;
- Audi RS6 Avanti 2015, avaliado em R$ 391,5 mil;
- Peugeot 2008 Allure 2017, estimado em R$ 53 mil.
Patrimônio oculto e disputas judiciais
Parte desses bens já havia sido alvo de leilão em 2021, mas o procedimento foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Embora muitos não estejam em nome de Romário, a Justiça considerou que eram usados por ele de forma recorrente, incluindo registros de pagamentos realizados por familiares próximos.
Reportagens anteriores revelaram que o senador ocultou patrimônio em nome de parentes, o que dificultou a execução de dívidas. Em setembro, Romário foi condenado em outro processo por fraude à execução.
Defesa
Procurada, a defesa de Romário afirmou ter recorrido da decisão. Em nota, disse que o processo, iniciado há mais de duas décadas, é marcado por cobranças “desproporcionais e exorbitantes”, e afirmou confiar na reversão da decisão em instâncias superiores.



