O Sistema Único de Saúde (SUS) celebra nesta sexta-feira, 19 de setembro, 35 anos de existência, consolidando-se como uma das maiores redes públicas de saúde do mundo, gratuita e universal. Criado a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986) e regulamentado pela Lei nº 8.080 de 1990, o SUS representa o direito à saúde de todos os brasileiros e o dever do Estado em garanti-lo.
“O SUS é motivo de muito orgulho para brasileiras e brasileiros: nenhum outro país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes tem um sistema universal, capaz de oferecer atendimento gratuito a todos”, destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em redes sociais.
Atendimento e abrangência
Antes da criação do SUS, apenas trabalhadores formais vinculados à Previdência Social tinham acesso garantido aos serviços de saúde, abrangendo cerca de 30 milhões de pessoas. Hoje, 76% da população depende do SUS, que realiza anualmente 2,8 bilhões de atendimentos com cerca de 3,5 milhões de profissionais.
Uma das principais iniciativas que consolidaram o cuidado integral é a Estratégia Saúde da Família (eSF), lançada em 1994. Com presença em áreas urbanas, rurais, fluviais e indígenas, a eSF promove ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, garantindo atenção primária próxima da população.
Histórias de superação
O SUS também salva vidas. É o caso de Robério Melo, que recebeu um transplante de fígado em Brasília em 2017 após sofrer uma doença rara e quase fatal. Hoje, ele se dedica à cultura da doação de órgãos:
“Eu renasci. O SUS me devolveu a vida. Essa segunda chance me transformou e hoje mostro que doar órgãos é doar vida”, afirma.
Durante a pandemia de Covid-19, o SUS teve papel decisivo no atendimento, especialmente por meio da atenção primária e telessaúde, que registrou 2,5 milhões de atendimentos em 2024, contribuindo para salvar milhares de vidas.
Em situações de emergência, como a tragédia da Boate Kiss (2013) e enchentes no Rio Grande do Sul (2024), o FN-SUS atuou de forma rápida, organizando resgates, atendimento hospitalar e suporte psicossocial às vítimas.
No território indígena Yanomami, a atuação do SUS reduziu em 33% os óbitos desde 2023, além de quedas significativas em mortes por doenças respiratórias, malária e desnutrição.
Vacinação e políticas públicas
O SUS abriga o maior programa público de vacinação da América Latina, com 48 imunobiológicos disponíveis, incluindo 31 vacinas. O país já erradicou a poliomielite e recertificou-se como livre de sarampo, além de ser pioneiro na vacinação contra a dengue.
Diversos programas estruturam o fortalecimento do SUS, entre eles: SAMU 192, Brasil Sorridente, Farmácia Popular, Hemobrás, Rede Alyne, Mais Médicos, Brasil Saudável e Agora Tem Especialistas. Este último, lançado em 2025, tem foco em oncologia, cardiologia, ginecologia, ortopedia, oftalmologia, oftalmologia e otorrinolaringologia, com telessaúde reduzindo em até 30% o tempo de espera.
Complexo Econômico-Industrial da Saúde
Desde 2023, o Governo Federal investe no Complexo Econômico-Industrial da Saúde, visando reduzir dependência externa e garantir que 70% dos medicamentos, equipamentos e vacinas do SUS sejam produzidos nacionalmente nos próximos 10 anos.
Além dos hospitais
O SUS vai muito além do atendimento hospitalar. Ele está presente no controle de epidemias, fiscalização de alimentos, distribuição de medicamentos, vacinas, transporte de emergência, e atendimento 24h em territórios indígenas. É rede, prevenção, ciência e proteção social, impactando diretamente a qualidade de vida de milhões de brasileiros.
“O SUS me dá orgulho: ter brasileiros lutando por brasileiros, levando informação, atenção e cuidado aos que mais precisam. O SUS muda vidas. Mudou a minha”, afirma Gelson de Oliveira, paciente do SUS e bailarino aposentado.
O sistema continua a se fortalecer, mostrando que saúde é direito de todos, e consolidando o SUS como verdadeiro orgulho nacional.



