A primavera de 2025 promete trazer um cenário climático atípico para o Brasil, com a possibilidade de formação do fenômeno La Niña, que, segundo a Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA), tem mais de 50% de chance de ocorrer. Com esse resfriamento da superfície do Oceano Pacífico Equatorial, o fenômeno pode provocar mudanças significativas na distribuição de chuvas e nas ondas de frio, impactando diferentes regiões do país de formas distintas.
O que é o La Niña?
O La Niña é um fenômeno climático que resulta no resfriamento das águas do Pacífico Equatorial, alterando os padrões atmosféricos e influenciando o clima em várias partes do mundo. No Brasil, ele tem um efeito direto sobre as chuvas e temperaturas, dependendo da região afetada.
O Impacto do La Niña no Brasil
- Norte e Nordeste
O La Niña tende a aumentar a quantidade de chuvas no Norte e no Nordeste do Brasil, especialmente nas áreas da Amazônia e do Semiárido. Esse aumento das precipitações pode trazer alívio para algumas regiões mais secas, mas também acarreta riscos, como o aumento do nível dos rios e possíveis inundações. - Sul e Centro-Sul
Uma das características mais marcantes do La Niña no Sul e no Centro-Sul do Brasil é o tempo mais seco e com temperaturas mais amenas. A entrada de massas de ar polar se torna mais frequente, o que pode provocar ondas de frio mais intensas, como as já observadas nas últimas semanas. Esse fenômeno pode afetar negativamente a agricultura, especialmente na produção de grãos, e comprometer o abastecimento hídrico em algumas áreas. - Sudeste
Para o Sudeste, o La Niña pode causar um aumento nas ondas de frio, com temperaturas abaixo da média, o que impacta não apenas o conforto térmico, mas também os setores que dependem de um clima mais estável, como o turismo e a agricultura. O efeito no regime de chuvas ainda é incerto, mas a tendência é de um período mais seco, o que pode agravar a situação da crise hídrica em estados como São Paulo.
Setor Agropecuário em Alerta
A possibilidade de chuvas irregulares no Sul e a seca prolongada no Sudeste e Centro-Sul fazem com que o setor agropecuário entre em alerta. A agricultura pode ser afetada pela escassez de água em algumas regiões e pelo excesso de chuva em outras. A produção de grãos, como soja e milho, além da pecuária, pode sofrer impactos significativos dependendo da intensidade e da distribuição das chuvas.
O Que Esperar da Primavera de 2025
Com a chance de o La Niña se confirmar, a primavera no Hemisfério Sul, que começa em 22 de setembro, poderá ser marcada por mudanças climáticas intensas e desiguais. O fenômeno pode causar um aumento nas chuvas no Norte e Nordeste, enquanto o Sul, o Centro-Sul e o Sudeste devem enfrentar secas e temperaturas mais amenas, com possíveis ondas de frio. O cenário exige atenção tanto das autoridades quanto dos setores produtivos, especialmente no que se refere ao abastecimento de água e à segurança alimentar.
Acompanhamento e Previsões
No momento, o fenômeno La Niña está em estágio de “Watch”, uma fase de alerta, e a previsão é de que mais informações sobre sua intensidade e possíveis impactos sejam divulgadas nas próximas semanas. Meteorologistas como César Soares, do Climatempo, alertam para os sinais de um “quase” La Niña, como as temperaturas mais baixas no inverno, que podem indicar uma tendência para o fenômeno durante a primavera.
À medida que o fenômeno se desenvolve, o Brasil precisará se preparar para os desafios que ele pode trazer, desde secas até excessos de chuva, além de intensificação do frio. O monitoramento constante será fundamental para mitigar os impactos e adaptar-se a esse cenário climático instável.



