Presidente ucraniano defende reunião trilateral para alcançar paz justa e critica movimentações militares russas antes da cúpula no Alasca
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta sexta-feira (15) que seu país “contará com os Estados Unidos” durante o aguardado encontro entre o ex-presidente americano Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin, marcado para ocorrer no Alasca. Zelensky classificou a reunião como “de alto risco”, mas afirmou esperar que ela abra caminho para um diálogo trilateral envolvendo também a Ucrânia.
“O fundamental é que este encontro abra um caminho real para uma paz justa e uma discussão substancial entre os líderes em um formato trilateral — Ucrânia, Estados Unidos e o lado russo”, afirmou o presidente ucraniano, por meio de um comunicado oficial.
Zelensky enfatizou que a Ucrânia está pronta para colaborar de maneira “produtiva” com os demais participantes e aguarda um relatório de inteligência sobre as “atuais intenções do lado russo e seus preparativos para a reunião no Alasca”.
Tensão no campo de batalha
Ao mesmo tempo em que ocorrem as movimentações diplomáticas, o conflito continua intenso no leste da Ucrânia. Zelensky informou que as forças armadas ucranianas estão enfrentando avanços russos na região de Pokrovsk, em Donetsk, e que Kiev tomou a decisão de reforçar a defesa da cidade de Dobropillia e de outros pontos estratégicos na região.
“O exército russo continua sofrendo perdas significativas em suas tentativas de garantir posições políticas mais favoráveis para a liderança russa na reunião no Alasca”, declarou Zelensky, sugerindo que Moscou estaria intensificando ações militares para ganhar vantagem diplomática na cúpula.
Contexto internacional
O encontro entre Trump e Putin tem gerado preocupação em várias capitais europeias, com receios de que um eventual acordo bilateral possa sacrificar os interesses ucranianos. Em declarações recentes, Trump afirmou que caberá à Ucrânia decidir sobre possíveis concessões territoriais, o que causou desconforto entre aliados da Otan.
A reunião no Alasca ainda não tem formato confirmado, mas líderes internacionais têm pressionado por transparência e participação ucraniana nas tratativas de paz. Para Zelensky, a chave está na mediação americana e no compromisso com uma solução justa.



